Tuesday 6 September 2011

Endless Sea

Umas das poucas certezas que tenho na vida é de que um homem, para ser realmente feliz, deveria trabalhar fazendo aquilo que ama. Eu não amo meu emprego, mas sou grato a Deus por tê-lo. Em Londres, o custo de vida é relativamente alto e se torna essencial conseguir um bom emprego para sobreviver aqui. Muitos brasileiros, por não possuírem documentos que os habilitem a trabalhar legalmente, são obrigados a enfrentar empregos como "cleaners", "kitchen porters" ou "labourers". Isso por que muitas das agências que contratam esses brasileiros, não solicitam os "permits" de trabalho. O trabalho é duro, mas os mesmos recebem seus pagamentos sem os terríveis descontos do governo.

Apesar de eu possuir o "permit" de trabalho por ser cidadão italiano e a certidão de permanência no Reino Unido, ainda não faço o que amo. Para tanto, há muito trabalho e planejamento pela frente.

Durante as intermináveis horas de trabalho que enfrentei hoje, me permiti ir até uma das grandes janelas do edifício onde minha companhia atualmente presta serviço, para observar o Rio Thames. Me lembrei de duas épocas distintas da minha vida no Brasil: Quando eu trabalhei numa operadora de mergulho em Búzios, Litoral Fluminense do Estado do Rio de Janeiro, e de quando fui sócio numa pequena transportadora marítima em Niterói. Foram atividades das quais eu não encontrei prazer algum mas que, de alguma forma, eu vejo hoje que poderiam ter sido muito agradáveis.

Ainda olhando para o Thames, me lembrei de um livro maravilhoso escrito por Amyr Klink chamado Endless Sea e de uma citação no mesmo que eu realmente amo.

"A man needs to travel. By his means, not by stories, images, books or TV. By his own, with his eyes and feet, to understand what is his. For some day planting his own trees and giving them some value. To know the cold for enjoying the heat. To feel the distance and lack of shelter for being well under his own roof. A man needs to travel to places he doesn't know for breaking this arrogance that causes us to see the world as we imagine it, and not simply as it is or may be. That makes us teachers and doctors of what we have never seen, when we should just be learners, and simply go see it."


- Amyr Klink (Brazilian sailor and writer)

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