Wednesday 12 October 2011

La Timidez

Sou tímido. Muitas vezes neguei isso. Ao rever meus conceitos, refletindo sobre meu comportamento ao longo da minha vida, posso concluir realmente que sou tímido.

Ler uma matéria sobre o assunto na internet me fez curioso para saber um pouco mais sobre o assunto. Considerei interessante o fato de que ser tímido é para muitos, algo que provoca empobrecimento da qualidade de vida e em alguns casos, um transtorno mental.

Encontrei algumas definições sobre a mesma:

A Timidez pode ser definida como o desconforto e a inibição em situações de interação pessoal que interferem na realização dos objetivos pessoais e profissionais de quem a sofre. Caracteriza-se pela obsessiva preocupação com as atitudes, reações e pensamentos dos outros. A timidez aflora geralmente, mas não exclusivamente, em situações de confronto com a autoridade, interação com pessoas do sexo oposto, contato com estranhos e ao falar diante de grupos - e até mesmo em ambientes familiares.

Se tal definição é correta, posso afirmar então que eu sofro de tal mal. Esperem... Eu não concordo que seja realmente um mal.

Outro artigo que encontrei falando sobre o tema mostra um outro lado deste mesmo "mal":

"Nossas instituições estão montadas para acomodar o talento dos extrovertidos. O introvertido fica de lado, gastando energia na tentativa de ser diferente", diz a autora americana Susan Cain.

Tímida confessa, ela diz que graças a isso pôde formar alianças e negociar, nos sete anos em que advogou para grandes corporações.

"A impressão de que ser tímido é uma desvantagem não é verdadeira", disse Cain à Folha. "Para ser criativo, você deve tolerar a solidão."

Ela diferencia timidez e introversão: uma é o medo de julgamento social e atinge metade das pessoas; outra é a preferência por ficar em lugares tranquilos e com poucos estímulos, tendência encontrada em cerca de um terço da população, segundo as estimativas da autora.

Hoje, Cain mantém um blog com pesquisas sobre o "poder dos introvertidos" e se prepara para lançar o livro "Quiet" (quieto) nos EUA.

Em artigo publicado em junho no "New York Times", Cain afirmou que tímidos e introvertidos correm menos risco de ser internados, de se envolver em acidentes e são predispostos a aprender e a manter uma relação afetiva.

Ainda assim, conclui, timidez e introversão dividem o mesmo status depreciativo."

Interessante notar que logo abaixo desta mesma matéria, haviam links para páginas que dizem ensinar como "perder a vergonha" e "falar bem". Mesmo ao tentar anunciar que há benefícios em ser tímido, a mídia não consegue ensinar para a população a ficar um pouco só e a pensar mais antes de falar. Elementar. Se você pensa mais e fala menos, você não vai anunciar para familiares, amigos e conhecidos sobre a absurda quantidade de produtos e marcas das quais você é bombardeado todo o tempo.

Decidi ir mais a fundo e encontrei no site do New York Times, um artigo interessante sobre o tema:

But shyness and introversion share an undervalued status in a world that prizes extroversion. Children’s classroom desks are now often arranged in pods, because group participation supposedly leads to better learning; in one school I visited, a sign announcing “Rules for Group Work” included, “You can’t ask a teacher for help unless everyone in your group has the same question.”

Many adults work for organizations that now assign work in teams, in offices without walls, for supervisors who value “people skills” above all. As a society, we prefer action to contemplation, risk-taking to heed-taking, certainty to doubt. Studies show that we rank fast and frequent talkers as more competent, likable and even smarter than slow ones.

As the psychologists William Hart and Dolores Albarracin point out, phrases like “get active,” “get moving,” “do something” and similar calls to action surface repeatedly in recent books.

Somos o tempo todo pressionados por este chamado. Mas levando tudo isso para minha esfera pessoal posso dizer que responder ao mesmo é exatamente me calar para mim mesmo. Não sou assim. Não me sinto realmente bem assim. Salvo em situações onde haja competição (adoro competir), não suporto me expor. Fico constrangido com a exposição das pessoas. Nada mais é secreto ou misterioso. Pouco há para se descobrir agora. O Sistema e o Mercado não podem mais tolerar mistérios. Não é rentável.

Eu sinto falta da minha família, dos meus amigos, de pessoas que me fazem tão bem. Mas muitas vezes percebo que foram em momentos de solidão que alcancei os melhores resultados.

Me importo sim, com as pessoas, seus sentimentos e impressões. Isso não me faz melhor do que ninguém. Até mesmo por que sou falho e tenho mais falhas do que as pessoas possam imaginar. Mas é a minha timidez que me faz sentir eu mesmo. E não vou mais contrariar isso.

1 comment:

  1. Sou timida....internamente....meus sentimentos...nunca expostos.....mas como guerreira...forjada na batalha......em busca de sustento...torna todo o meu exterior...extrovertido!..resumindo? so coragem favorece o extrovertimento! pois a covardia....desculpa a timidez!

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