Tuesday 18 October 2011

As good as it gets

Os novos dias começaram. Pensamentos diferentes ocupam a mente nesta nova fase. Indo e vindo, nenhuma idéia parece se sentir confortável o suficiente para puxar uma cadeira e se sentar. Isso assusta um pouco.

Os novos dias começaram. Mas o quadro azul com a pintura de uma lua só mudou de lugar. Uma pedra tomada de uma praia ao sul também continua escondida em algum lugar no armário. Indo e vindo, lembranças se misturam com emoções e trazem um sabor agridoce.

Os novos dias começaram. A esperança deveria impulsionar e contagiar mas não o faz. Tudo parece cinza. E é com esforço que se mantém acordado. Começou há pouco e já é tedioso. Indo e vindo, a esperança padece com os frios ventos que sopram aqui.

Os novos dias começaram. Mas já parecem antigos, perdidos e distantes. Um pedido é feito para a tristeza ir adiante e servir como mensageiro. Dessa forma não poderá ser. Indo e vindo, a música não é ouvida mas as batidas no coração sim.

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436 em direção a Paddington. Estou sentado e abraçando a mochila que está no meu colo. Depois de caminhar para o centro de Londres, malhar na academia, resolver alguns problemas no banco e ir para a escola, me sinto cansado. Entram, depois de algumas paradas, um casal. O homem, baixo, vestindo um antigo terno, chapéu e segurando uma bengala, senta do meu lado. Ele não para de falar por um segundo. Decido então, fingir que estou dormindo. Ele se apresenta para uma senhora trajando roupas típicas árabes e que provavelmente era muçulmana. Ela parece não entender o que ele diz. Ele se apresenta e segue apresentando sua esposa. Sou jamaicano, ele diz, E minha esposa é da Espanha. A senhora muçulmana parece desconfortável com as tentativas do jamaicano em manter uma conversa com a mesma. Ela desce no próximo ponto.

Alguem entra no ônibus e tras consigo um fortíssimo cheiro de maconha. O jamaicano logo percebe e começa a brincar com quase todos no ônibus sobre. Eu continuo fingindo que estou dormindo.

Uma senhora do Leste Europeu sobe com seu filho pequeno no ônibus. Ela parece cansada e não parece estar interessada em conversar com o jamaicano. Ele se muda e começa a brincar com outros passageiros em uma outra parte do ônibus.

Quando eu desço no meu ponto, cerca de 25 minutos de distancia entre minha escola e minha casa, estou me sentindo desesperado. O dia praticamente terminou e eu não sorri nenhuma vez. Há tanto para se fazer e o tempo parece nunca ser o suficiente.

Não sei exatamente o que está acontecendo. Mas tenho uma certeza muito forte que uma grande mudança se abaterá nos próximos novos dias.

2 comments:

  1. É normal meu amigo, a sabedoria e a compreensão do que está ao redor, unida a consciência nos torna taciturnos e/ou serenos. É como se percebêssemos que por trás do "palco" da comédia da vida, houvessem na verdade atores tristes, realizando um trabalho obrigatório em um recinto sujo chamado vida.

    ANTONIO.

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