Wednesday 16 May 2012

Longe Demais


"Alone in the shadows, of a willow tree
I watched from the dark
As you crossed through the park
Coming closer to me
Those brief moments return of the day we first met
The time we shared with that special care
Free from all jealousy
There must be a distant place
Far from every wrong face
Ters won't fall by chance
On this sweet romance..."




Um casal ao telefone faz juras de amor eterno. Logo depois falam sobre algumas fotos comentadas em uma rede social e passam a trocar acusações. Eles choram e ficam em silêncio por alguns momentos até que um deles diz mais uma vez: "Eu te amo". Continuam a chorar um pouco mais e terminam a ligação com mais algumas juras de amor.


Me lembro dos meus dias de apaixonado e percebo que não era muito diferente comigo. Tudo era mágico, especial, único e inesquecível. Até o sofrimento me bater um sem número de vezes na face e me mostrar que a dor não podia mais ser ignorada. E então, de uma forma ou de outra, chegava o tão temido e libertador "fim".


Hoje, assistindo cenas como essas em filmes, livros, músicas e muitas vezes pessoalmente, como testemunha ocular, de casais de amigos meus que vivem e sofrem as desventuras de um relacionamento amoroso, percebo que tudo isso provoca uma tremenda revolta nas minhas entranhas. Sinto um desejo louco de sair de perto e de parar de ouvir tamanha quantidade de merda.


Já estou há mais de oito meses sem me apaixonar por alguém (para alguém que fora tão romantico como eu, uma eternidade, acreditem). Não tenho conseguido chegar nem perto disso. Na verdade, tenho que me controlar para não me aproximar de certas amigas e amigos e dizer: "Acorda! Não percebe o quão ridículo(a) você está se mostrando??" E então... eu me lembro dos meus próprios momentos no passado no papel daquele "cavaleiro de armadura, montado em um alazão branco, e segurando uma rosa vermelha, desafiando o mundo inteiro pelo amor daquela jovem vadia princesa indefesa".


O que me espanta as vezes, é que não foi a primeira decepção amorosa que eu tive. Nem a segunda, terceira, quarta... e de todas elas, eu saía com a esperança e convicção que havia sido apenas a pessoa errada, ou o momento errado ou mesmo o "glauco" errado. E ainda, que havia algo a ser feito para encontrar a felicidade de um doce romance perfeito no futuro. Uhum! Sei... que porra de conto de fadas louco foi esse em que eu passei pelo menos uns 14 anos da minha vida acreditando? Logo eu, alguém que ama ler Kant, Sartre, Hesse, Dostoyevsky, Hemingway e Kerouac... que já possui um tempinho nessa Estrada... que já viveu tantas ilusões e desilusões... levar tantos anos para perceber que os erros no fim, eram apenas os mesmos.


Não estou dizendo que não acredito no amor. Mas esse amor piegas... super influenciado pelas comédias romanticas hollywoodianas e contos de fadas antigos...desses que fazem meus amigos e amigas falarem com voz de criança resfriada, fazendo juras sobre coisas das quais não possuem qualquer tipo de controle, de se negarem a dignidade de serem eles mesmos apenas para evitar "contrariar" o/a amado(a), esse mesmo "amor" só faz rima com dor e dor de cabeça.


Eu sinceramente não sei o que me destina o futuro (uma outra cuspida caprichada para o alto, talvez?) mas sei que hoje, me sinto realmente livre e feliz. Continuaria eu, apreciador de uma boa companhia feminina e de uma longa noite de sexo selvagem? Claro. Mas agora, nada disso se correlaciona com o tipo de amor mencionado e xingado neste texto.



2 comments:

  1. Poxa...estamos no mesmo navio...PQ?
    Será idade? Maturidade melhor dizendo...ou infantilidade ligada diretamente ao orgulho ferido?? Eu não sei! espero um dia entender melhor, nunca esperei contos de fadas (tenho 4 irmãos homens !!) mas tb não esperava tantas decepções...decepções comigo ! Expectativa gera frustração, em tudo!
    Sei que vamos cometer erros semelhantes aos antigos, mas espero para nossa sobrevivência psicológica que eles sejam menos piores, menos grosseiros, menos frustantes, afinal....como regra, devemos evoluir!

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